Desabafo. Obrigada eu sou feliz sim !

               Hoje é dia de agradecer. Não tenho falado muito sobre coisas que me tocam, que fazem ter saudades,  de tristezas. Nestes últimos tempos, tenho sido mais branda, menos deprimente. Isso não quer dizer que tudo está as mil maravilhas, mas uma coisa eu aprendi: gente é pra isso; gente é pra ir a luta, bater a cara, vencer, e depois começar a dança toda de novo. Às vezes,  nos perguntamos: Porque eu Senhor? Logo eu que sempre fui tão boa estou desempregada? Eu que sempre fui uma mãe dedicada, meu filho esta dodói? Ou estou doente? E recebemos as respostas? Somente arranjamos justificativas para a provável injustiça que pensamos viver... Ao menos eu sou assim... 

                  Ai fico pensando, quando ganhamos um beijo melado de morango, com gosto de filho, ou quando recebemos um eu te amo, mesmo depois de anos de casada, quando mesmo sem ter tanta experiência, conseguimos aquela vaga, disputada pela meninada recém formada sedenta por trabalho, e quando saímos do dentista e ele diz: "Sua boca está perfeita, volte apenas para revisão semestral", ou quando seu papanicolau dá idêntico ao que você fez há 20 anos... Você já parou,  pensou: "Obrigada Senhor..."

                      Eu não sei você, mas sei que eu esqueço sim, sou egoísta e desatenta aos pequenos detalhes... Mas a idade tem sim me mudado muito, tenho aprendido a cada dia, a agradecer pelo que tenho de bom, agradeço por voltar a ter saúde e ter minha família amada bem. 

                    Os contratempos? Bah, rolam direto aqui em casa, muitas vezes penso em sair correndo e trocar de nome, fugir pra qualquer lugar e outras vezes quero só minha cama e minha família aninhada comigo. Tenho a triste mania de iniciar um projeto e NUNCA terminar. Iniciei faculdades, iniciei vários cursos, iniciei em trabalhos bons e sai. Sempre acabava desistindo. Até pouquíssimo tempo só pensava: "Bah não posso me empolgar, eu nunca termino!!!"

                         Hoje? Aprendi que quando o projeto é pequeno, eu consigo, consigo sim, e concluo. Quer ver a vantagem?Enquanto muita gente faz um, eu já fiz uns três, prefiro ver dessa forma.

                         Minha maior solidão, minha maior tristeza nessa minha vida está ligada a morte. Eu sei que dói falar, já falei algumas vezes, mas em 1997, minha irmã morreu, sofreu um estúpido acidente e morreu, junto com mais três jovens entre 15 e 23 anos. Meu mundo caiu, pois nunca havia enterrado alguém. Alguns anos depois, minha filha Gabriela, tinha 10 anos, perdeu o pai, eu estava no Mato Grosso, e voltei 1 dia depois dele ser enterrado, e acreditem, a pior dor que senti na vida, doía meu estômago, só de contar a ela que o seu tão amado pai já havia sido até enterrado... ela me olhou e perguntou: "Mamãe, se eu morrer também vejo ele?" 

                           Imaginem que  20 dias depois, o pai do meu ex marido, varrendo a grama da varanda, teve uma parada cardíaca e morreu... E novamente disse isso a Gaby. E 6 meses depois, minha mãe faleceu. E como todos que me acompanham sabem, passou 28 dias, tive um parto complicado, por causa de uma crise de eclampsia, e meu bebê nasceu e viveu apenas 33 horas... Lucas, meu filho mais parecido comigo, com olhar expressivo e lábios carnudos veio apenas me dizer o quanto a vida deve ser vivida....

                               Eu morri junto? Não, não morri. Sofri demais. Me perguntei por várias vezes porque não mudei meu próprio destino, porque não evitei essa gestação, poderia ter sido mais responsável, mas não adiantou nada, a ferida abriu e estava cutucando, em cada vez que eu ia doar leite no banco, e sentia dores nos seios... Sofri demais, o ano de 2004 foi terrível, eu só pensava que era a pior mãe/filha e ser humano da terra, acabei com a saúde que eu tinha e me anulei, estava em um trabalho muito bom, mas entrei no INSS, e lá fiquei por muito tempo. E o que aconteceu comigo? Meu Deus, nem eu sei como, encontrei o Edson de novo na minha vida (sim eu já o conhecia, outro dia conto), e ele me cuidou, levou no colo, cuidou dos meus filhos, secou minhas lágrimas e me deu uma família novamente, mas junto com esse presente, veio a atitude. Sim,  tive que ter atitude de aceitar que minha família depende de mim, e se algo me acontecer, meus filhos sofrerão e eles são minha responsabilidade. O Edson veio acrescentar e fazer com que eu aprendesse a ver as coisas de uma forma menos dramática.

                              Meus olhos e coração começaram a ter mais calma, paciência, e olhar melhor ao redor, aceitar que as pessoas são diferentes, que até quem de alguma forma me fez mal, estava fazendo mal a si próprio também, e isso tornou tudo menor, tudo de ruim, virou algo pequeno, tendo vista meus presentes...

                            Posso ser meio desatenta, engraçada, às vezes doida mesmo, mas uma coisa que conheço muito é o ser humano, e principalmente suas várias facetas, tenho o famoso feeling pra gente mesquinha, mau caráter, mal intencionada, mas mesmo assim me engano, afinal, sou humana, e não quero viver minha vida desconfiando de ninguém, quero viver na paz. E mesmo assim, me decepciono, conheço pessoas que me machucam, usam, magoam, pessoas que só tem interesse em receber, nada de bom pra doar ou acrescentar...

                         Mas em compensação, e em uma proporção muito maior, sou sortuda, tenho recebido vários presentes em forma de gente, filhos queridos, amigos especiais, irmãos carinhosos.  E através desse blog quero agradecer ao carinho e atenção que recebo de cada pessoa que se dispõe a viver um pedaço do meu mundo. Com todo respeito,  OBRIGADA mesmo.

No dia 24 de Novembro, meu filho Victor,  fez 12 anos. Meu Deus já está um mocinho!

Esse mês, no dia 01,  minha filha de alma e coração fez 16 anos, tenho muito orgulho dela, pois é uma garota amiga e muito leal, fui abençoada em dividir minha vida com ela...

Um dia depois, minha irmã sardenta e muito fofa, além de muito talentosa, também estava de aniver, só Deus sabe como queria estar lá pra encher ela de beijo....

E no dia 13, minha amiga/irmã, está fazendo aniver também, e ela também é um presente que ganhei dessa vida, que tem tudo para ser cada vez mais feliz...

                                    E hoje, sem sombra de dúvida, continuo manhosa, tenho momentos de saudades das coisas que vivi, e até do que poderia ter vivido, mas ao contrário de me questionar o motivo de ter perdido minha mãe tão cedo, eu agradeço por ter vivido com ela por 27 anos, diferente de tantas pessoas que sabemos que nem mãe tiveram. Não virei santa, muito menos me escondo em um mundo fantasioso ou numa bolha que pode explodir ao simples toque. Estou apenas me desintoxicando de mágoas e sentimentos ruins, que ocupam espaço a toa na minha vida, pois só assim, terei como receber coisas novas, boas, felicidades e desafios...Pois eu digo, sem sombra de dúvida, vale a pena ser feliz!

Um beijo apertado, e um final de semana gostoso a todos.

P.S: andei fazendo oficina de costura, e fiz até uma necessárie, depois mostro tá??