quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Remédios e atenção ...


Minha férias daqui aconteceram um pouco que forçadas, muitas coisas que viraram minha vida de pernas pro ar, mas aqui estou pra conversarmos como sempre.

   Hoje resolvi falar com com voces um assunto sério que muitas vezes passa despercebido, medicação e os cuidados que temos obrigação de ter.
   Sempre utilizei medicação, na verdade sempre que tinha dor, cansaço, não tinha muita paciência pra fazer meu organismo resolver o assunto sozinho.
   Me sentia uma médica ou até farmacêutica, trabalho uma vez por semana em uma ONG em que as pessoas recebem atendimento medico gratuito, e posteriormente quando necessário são medicadas, a maioria dos pacientes são idosos, eu que oriento a administração dessas medicações.
 
   E assim criei um vinculo maior e acesso a remédios. Calma, não sou dependente de nenhum deles, não uso remédios proibidos e nem vendo no mercado negro tá.

Mas a vida me deu um susto há uns meses atrás, fiz um procedimento dentário e o dentista receitou uma medicação pra dor sublingual, e disse que eu podia fazer uso de até 6 doses por dia.
Voltei pra casa, deitei usei a medicação mas nada dela fazer efeito, a anestesia já tinha ido embora e minha mente latejava junto com a dor, e eu quanto mais usava o tal analgésico parecia que aumentava.
   Ao lado da minha cama tenho um criado mudo e deixava o vidrinho que comia como mms, mas ele acabou e pedi outro vidro a farmácia, a dor foi aliviando e eu dormi.
Só que não dormi, capotei, irmão, marido todos me chamando tentando acordar e nada.
Fui para o hospital desacordada no colo do meu irmão. entrei na emergência e só acordei algumas horas depois dentro da UTI.
Faço uso de uma medicação pra dormir que é sublingual, e o vidro é exatamente igual, o rotulo a caixa os comprimidos. apenas os nomes diferente.
Mas até chegar a esse motivo, eu já havia sido internada por tentativa de suicídio, com ingestão de medicação e estava sendo atendida por uma equipe psiquiátrica. Muito grogue eu dizia que sentia dor, e os médicos achando sei lá o que me deram uma dose de morfina.
Adivinhem, sou alérgica a morfina, desenvolvi uma hepatite medicamentosa e fiquei no hospital desintoxicando alguns dias. Os médicos não acreditavam em nada que eu falava, e ao meu lado na UTI, pacientes que lutavam muito pra viver, durante minha internação houve dois óbitos. e pra mim, sem dúvida me fez sentir uma ameba, pensando tentei me matar e essas pessoas não desistem da vida.

   Acontece que fui recuperando a memória e lembrei das medicações, pedi que trouxesse o vidro ao hospital e a receita da dentista. Ligaram ao meu psiquiatra que ajudou muito conversando com a galera da camisa de força.
Meus filhos não entendiam nada, Edson apavorado, meu irmão em estado de choque achando que eu queria me matar. e eu com minha cara de louca dizendo, era só um dente pessoal.

No quinto dia, eu não aguentava mais, afinal estava bem, e não entendia porque não recebia alta, passeava pela UTI como quem estivesse no parque, ajudava pacientes a comer, alcançava agua, o pessoal da enfermagem também não entendiam, ou não falavam...vai saber...
Acabei saindo do hospital por conta própria, assinei a alta e fui pra casa.
Direto na minha gaveta, o que era desconfiança  confirmou, analgésico e indutor do sono quase iguais.



Pensei tanta coisa, o laboratório na minha opinião irresponsável , afinal, idosos, pessoas que tem dificuldade podem se matar.
Pra mim foi uma lição, que nunca mais vou esquecer, afinal, louca sei que ja sou, mas não queria um atestado né.


Beijocas e espero que esse post ajude a ter um pouco mais de atenção 


Fernanda Sahira














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