sexta-feira, 3 de maio de 2013

Não sou forte, sou insistente!



Esse é um ninho de passarinho que tem em cima do meu telhado, nem tinha visto, mas ouvi ele pedindo comida pra mamãe....





   Por mais que o tempo passe é mentira dizer que passou, a  magoa com o tudo, a dor fica.
   Viver é uma escolha sim, tentamos disfarçar, ou até mesmo acreditamos, vou viver pelos meus filhos vivos, ou pela minha mãe... Por viver ... Não interessa.
   Depois de tantos anos da perda do Lucas meus sentimentos são outros, não serei hipócrita em dizer que meu mundo parou, mentira, parece que acelerou, que depois tudo começou a acontecer  tão rápido. Meu sentimento de “Eu quero morrer junto” ficou no meio do caminho quando aprendi e entendi que a morte dele me fazia lutar pela vida, eu queria ele vivo, apenas, só isso de outro jeito não.
   Então fugir da morte, da sombra se tornou algo que faço com muita frequência, mesmo quando está tudo bem. Aliás, quase sempre está tudo bem, eu que tive medo de muita coisa nesses últimos anos, principalmente de mim mesma. Tratei pânicos que passaram, doenças que talvez nem existiam, eu procurei. 

Disfarcei muito.

   Pra mim  não faz sentido falar que sou forte, alguém que perde um filho não é forte, é um sobrevivente, sobreviver à morte de um pedaço de si mesmo que vai.
   Também não sou vitima digna de pena, quantas mães enterram filhos e choram menos? Nem um psiquiatra ou psicólogo, quanto mais um remédio pra disfarçar a tristeza.
Se sou feliz? Tenho filhos fortes, saudáveis, uma grade família e amigos que me completam. Claro que sou.
A ferida? Aquela parte nunca vai cicatrizar, só não sangra mais a olhos vistos... Está como tatuagem  que escondo conforme a ocasião.
   O tempo é sim o melhor amigo, nos dá presentes, nos orienta e trás de volta a vontade de querer muito mais.
   Esse desabafo é mais um dos meus dias órfã de Lucas que às vezes teima em aparecer, mas uma menina muito graciosa ligou pra mim agora e disse  :  vovóóóó, vem me pegar, tua filha tá me incomodando J
Não fique triste....as vezes dou essa remoída no coração...Logo passa.


Obrigada

Fernanda Sahira

9 comentários:

  1. Oh, Fê... goste de ti mt! não faço parte de tua vida... mas de tua existência... e tudo q tu compartilha...já disse e repito #tamojunto! bjsssss
    Alânia Teixeira.

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  2. O bom é isso mesmo!Saber deixar a dor vir, mas logo partir pra realidade de agora e curtir, ir em frente. O que passou, nunca será esquecido, mas a vida pede, chama aqui! beijos e que amor esse passarinho! chica

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  3. Quero poder escrever isso daqui alguns anos, Fernanda! Ah, como quero!

    Adorei ler você e saber um pouquinho mais da sua experiência! Obrigada por compartilhar!

    Beijo enorme!

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  4. Oi Fernanda! Li seu desabafo ,que me comoveu muito,imagino teu sofrimento poi eu tive um muito doente ,graças a Deus ele se recuperou ,mas sofri muito.Mas a vida segue, deves cultivar as boas lembranças vividas com ele , deixar o tempo correr ,a vida continua.Beijo

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  5. Realmente foi um desabafo sincero e inspirador.

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  6. Acho que com o passar do tempo quem fica aprende a conviver com a situação, mesmo sendo difícil, acredito que Deus tem o poder de transformar cada lágrima.
    Mas, a vida continua, as vezes vem a lembrança, o choro, mas temos que ser fortes, e continuar, mesmo porque sempre tem alguém precisando de nós.
    Graças a Deus tenho meus filhos, mas passei por um aborto há 8 anos, e às vezes a dor vem me visitar.
    Obrigada por compartilhar sua experiência.
    Beijus

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  7. Sempre me surpreendo com suas histórias.
    Faz tempo que não comento, ando só curtindo seu sucesso, a loja, seus posts, leio, fico feliz por você mas não escrevo nada...
    Mas agora não resisti.
    Desde o primeiro post que li, virei sua fã, tento aprender um pouquinho contigo...te acho forte sim, mas uma mulher real, não a super mulher, a que eu tento ser e me acabo no desespero e decepção por não conseguir...é claro!
    Mas quero dizer, uma vez ouvi, ou li não sei, que quem perde os pais vira órfão, quem perde o companheiro vira viúva(o) mas para a perda de um filho, a dor é tão grande que não tem nem nome. Nunca passei por isso, mas só de pensar na dor de uma mãe que passa eu sofro um cadinho...
    Está fazendo um ano que perdi minha mãe e como é difícil...
    Mas não estamos sozinhas e você nunca se esqueça o tanto que é querida e admirada.
    Que Deus continue te abençoando grandemente a cada dia.
    Um grande abraço.

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  8. Se estivéssemos num grupo anônimo que eu frequentava eu direi:
    Obrigada pela partilha Fernanda.
    "Eu seguro a minha mão na sua, eu uno meu coração ao seu, para que juntos possamos fazer aquilo que eu não consigo fazer sozinha".

    Muitos beijos, muitos.

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  9. Amei conhecer seu blog...
    Gostei de tudo que vi por aqui, tudo com mto
    bom gosto! E já estou te seguindo pra
    não perder nenhum detalhe...

    Se poder me faça uma visitinha e se gostar me siga tbm...

    bjks

    Uma linda Noite!

    blogdabiane.com.br

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Oba vai deixar um comentário? Obrigada!!!

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